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quinta-feira, 28 de maio de 2009

RESUMO

O presente artigo tem o objetivo de apresentar a definição e as características da ansiedade levando em consideração os aspectos fisiopatológicos, pontos positivos e negativos. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica acerca do tema, tendo como população de estudo os artigos, sendo esses relacionados com a temática abordada em língua portuguesa. Após a análise dos dados, foram constatados os mais variados sintomas, como: tremor de perna, anorexia, insônia, agitação, insegurança, medo, choro a todo o momento, sudorese, taquicardia, entre outros. Ao final do estudo, pode-se concluir que a ansiedade é boa para o ser humano, pois dá o impulso para a realização das suas ações, porém, em excesso, é prejudicial à saúde e precisa ser tratada como tal. Como futuro enfermeiros é preciso entender essa emoção para lidar com ela, auxiliando o paciente a controlar essa emoção.

INTRODUÇÂO

Segundo L. Davidoff a ansiedade é uma emoção caracterizada por sentimentos de revisão, perigo, tensão e aflição e pela vigilância do sistema nervoso simpático.

Este artigo possui o objetivo de dar sustentação aos conceitos formulados por cada um de nós alunos da disciplina Psicologia, sobre as características fisiopatológicas dando a definição de suas vertentes nas mais variadas modalidades de ansiedade: transtorno de ansiedade generalizada, distúrbio do pânico, agorafobia, fobia social, fobia específica, obsessão, compulsão, estresse agudo e pós – traumático.

O presente artigo tem importância no sentido de fornecer recursos aos acadêmicos para que eles aumentem os seus conhecimentos a cerca do assunto.

Para iniciarmos uma possível diferenciação entre ansiedade e outros tipos de emoções, em um melhor entendimento, utilizamos como exemplo o medo e a ansiedade, emoções normalmente confundidas por nós leigos.

O objeto do medo é fácil de especificar ao passo que o objeto da ansiedade amiúde não é claro. A intensidade do medo é proporcional à magnitude do perigo. A intensidade de uma ansiedade tem a probabilidade de ser maior que o medo objetivo. (DAVIDOFF, 1983)

De acordo com os artigos consultados as fisiopatologias mais freqüentes são: cefaléia, palpitações, tremores, falta de ar, sudorese, opressão, sensação de “aperto” no peito e na garganta, úlceras pépticas e morte súbita.

A ansiedade gerada pelo estresse pode ser tão prejudicial à saúde quanto às mudanças de vida: vida escolar, casamento, nascimento de um filho, descoberta de uma doença infecciosa ou crônica degenerativa ou morte de um ente querido.

O tratamento consiste em: farmacológico ou psicoterápico sendo que atualmente as principais medicações consistem na inibição da recaptação de serotonina (ISRSs) e de noradrenalina (IRSNs) devido às suas propriedades ansiolíticas e antidepressivas. Já o psicoterápico emergiu com o desenvolvimento da terapia cognitivo – comportamental.

Ajudar as pessoas a pensar que elas têm controle sobre circunstâncias assustadoras é provável que reduza o nível de ansiedade em uma grande quantidade de ambientes”. (DAVIDOFF, 1983).

METODOLOGIA


Para a elaboração desta pesquisa foi realizada inicialmente uma revisão bibliográfica a cerca do tema, visando identificar dentre os estudos consultados aqueles que apresentam alguma contribuição frente esta temática.

A população de estudo compreende artigos, sendo estes selecionados por conterem a temática abordada e serem de língua portuguesa. Foram excluídos todos os artigos que não continham os critérios de inclusão.

O presente estudo foi realizado na Universidade Católica do Salvador, situada no campus de Pituaçu.

Nosso estudo está envolvido no campo da Psicologia e da Sociologia, circundado de uma abordagem do tipo qualitativa. Utilizamos como instrumento de pesquisa uma entrevista estruturada.

DESENVOLVIMENTO

Ansiedade provém do grego Anshein, que significa oprimir, sufocar. Este sendo um sinal de alerta, que permite o individuo a ficar atento a um perigo iminente e tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça, sendo um sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central. A ansiedade normal é um sentimento útil como qualquer outro, sendo prejudicial a nossa saúde em excesso podendo ocorrer como sintoma de várias doenças, sob a forma de “stress” ou como distúrbio psiquiátrico.

A ansiedade é um dos grandes sintomas apresentados nas características psicológicas que mostra a interseção entre o físico e o psíquico com uma combinação complexa de sentimentos de medo, apreensão e preocupação, geralmente acompanhados por perturbações somáticas como as cardiorrespiratórias, opressão e sensação de ter “nós na garganta e no estomago”. Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a este estado acontece o estado ansioso que faz com que apresentemos sensação de impotência e ineficácia, aumentando a tensão que tem como conseqüência o acionamento das respostas homeostáticas para a solução dos problemas.

A emoção estudada nesse projeto de estudo pode surgir repentinamente, como no pânico, ou gradualmente, ao longo do tempo, que pode variar de minutos a dias. A primeira origem que se pode ter é a genética, ou seja,herdando a pré disposição para ter esses sintomas.Neste caso a manifestação pode ser bastante precoce,sendo a pessoa desde cedo,quando criança,agitada, as vezes hiperativa,chorar com facilidade e tem dificuldade de dormir.A segunda acontece quando a criança apresenta uma infância carente e problemática onde os pais apresentam certa dificuldade em passar afeto ou demonstrar seus sentimentos paternos a criança e dessa deficiência e sentimento de falta que a criança passa a ter e sentir vão fazendo com que ela se sinta insegura,desprotegida e exposta,passando a desencadear sentimentos negativos e a pressentir que coisas ruins poderão acontecer a qualquer momento e a terceira origem é caracterizada por traumas de infância,grande sustos,perdas efetivas ou mesmo materiais que podem desencadear quadros ansiosos importantes,mas não chegariam a ser as causas especificas.


Segundo Davidoff (1983) a ansiedade e o medo algumas vezes são distinguidos entre si por duas dimensões. (1) O objeto do medo é fácil de especificar, ao passo que o objeto da ansiedade amiúde não é claro. (2) A intensidade do medo é proporcional à magnitude do perigo.A intensidade de uma ansiedade tem a probabilidade de ser maior do que o medo objetivo(se for conhecido).


A partir desses conceitos podemos ver com clareza a diferença entre essas duas emoções correlatas que são o medo e a ansiedade, muitas vezes confundidos como emoções de significados iguais.


PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS


Em nossas vidas passamos por diversas situações que necessitam da nossa intenção de resolver cada problema da nossa rotina. A ansiedade nesse sentido evidencia para o bem, sendo um ponto positivo, pois ela nos dá um impulso para realizar as nossas necessidades, desejos e sonhos. Sem a ansiedade não teríamos estimulo para realizar desde pequenos atos a grandes coisas em nosso cotidiano.


O excesso de ansiedade é anormal ou patológica, podendo chegar a paralisar o indivíduo, bloqueando o desempenho de defesa para enfrentar as situações que lhe tragam o aparecimento da ansiedade. Outros pontos negativos da ansiedade anormal que podem ser citados são: a capacidade ruim de tomar decisões, diminuição da performance no trabalho, tendência ao isolamento e doenças como a síndrome do pânico e o transtorno de ansiedade. Podendo usar como exemplo a síndrome do pânico onde é logo pensado que sua causa principal é o medo e a partir desse estudo, veremos que sua causa é a ansiedade despertando curiosidades e espanto para muitos sobre essa emoção.


Patologias da ansiedade


A ansiedade patológica é uma resposta inadequada a determinado estímulo em virtude de sua intensidade ou duração.

Esta se manifesta da mesma forma como ansiedade normal, ou seja, de múltiplas maneiras, tanto fisicamente como mentalmente, caracteriza-se pela excessiva intensidade e prolongada duração proporcionalmente à situação precipitante. Ao invés de contribuir com o enfrentamento do objeto de origem da ansiedade, atrapalha, dificulta, ou impossibilita a adaptação.

Como exemplo dessas patologias, temos:

Fobia especifica

Anteriormente denominada fobia simples a fobia específica é o medo persistente e recorrente a um determinado objeto ou circunstância que desencadeia uma forte reação de ansiedade, sempre que apresentado ao paciente fóbico.

As pessoas com essa fobia sentem medo acentuado e persistente, irracional ou excessivo, de um objeto ou situação fóbica. A exposição ao estímulo fóbico provoca uma resposta imediata de ansiedade. A ansiedade é caracterizada por sudorese, batimentos rápidos do coração, tremor nas mãos, falta de ar e sensação de frio na barriga.

Os objetos fóbicos mais comumente encontrados são fobia a animais como cães, aranhas, lesmas. Medo de animais altamente perigosos como cobras venenosas, jacarés, tigres não podem ser considerados patológicos. Outras fobias comuns são de sangue, de águas rasas ou profundas, trovões e tempestades, alturas, elevadores, aviões. A lista de objetos fóbicos, contudo, não é restrita: qualquer objeto desde que suscite uma resposta fóbica típica pode enquadrar os critérios de fobia específica.

Pela pequena quantidade de pesquisas nessa área e por causa da pequena demanda de tratamento há poucas pesquisas sobre o da fobia específica. As medicações se mostram ineficazes e a terapia cognitivo-comportamental apresenta resultados bastante satisfatórios.

Fobia social

A fobia social é o excesso de ansiedade ou medo sofrido por certas pessoas quando observadas por terceiros durante o desempenho de alguma tarefa comum como falar, comer, dirigir, escrever, por exemplo. Passamos a considerar esta vergonha ou timidez como patológicas, a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal por causa dela, como deixar de concluir um curso ou uma faculdade por causa de um exame final que exige uma apresentação pública ou diante de um avaliador.

A ansiedade na fobia social, tal como em outros transtornos emocionais, pode ser experimentada de várias maneiras, como por exemplo, uma intensa inquietação interna, um estado de pânico, ou sob a forma de alguma manifestação física, como por exemplo, suar muito nas mãos. Existem, contudo, duas características que são fundamentais na identificação da ansiedade própria da fobia social: a necessidade urgente de sair da situação e o reconhecimento, uma vez de fora, que o medo é irracional.

Para fazer o diagnóstico é necessário que a pessoa com fobia social apresente uma forte sensação de ansiedade ou desconforto sempre que exposta a determinadas circunstâncias. Sendo assim, o diagnóstico utilizado é o clínico, ou seja, baseado nos sintomas do paciente.

As pessoas mais afetadas pela fobia social são os homens, ao contrário da maioria dos transtornos de ansiedade que predominam sobre as mulheres. Na grande maioria das vezes o início é localizado na época em que começaram a se dar conta de que eram mais tímidos do que os outros, ou seja, na infância (onde as manifestações são iguais à de um adulto) ou adolescência.

O tratamento deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade dos sintomas que o paciente apresenta. O tratamento atual baseia-se no emprego de medicações antidepressivas (o clonazepan ou os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina) combinadas com psicoterapia, de orientação analítica ou cognitivo-comportamental.

Agorafobia

As agorafobias abrangem medos de estar sozinho ou em lugares públicos, multidões, ruas cheias, elevadores ou ônibus”. (DAVIDOFF, 1983). Freqüentemente, as razões alegadas para o medo incluem duas idéias: “escapar pode ser difícil” e “pode não haver ajuda em caso de uma incapacitação repentina”.

Sendo assim as atividades simples do dia-a-dia como ir ao shopping ou ao supermercado, passam a ser difíceis e necessitam sempre de um acompanhante devido ao receio de passar mal e não ter ninguém próximo para prestar socorro. Conseqüentemente a agorafobia pode provocar pensamentos de fraqueza emocional, no agorafóbico, o qual depende da presença de alguém para sentir-se seguro. As reações desencadeadas são: tremores, sudorese, taquicardia, falta de ar, tonturas ou descontrole. As agorafobias são as mais comuns entre indivíduos que procuram tratamento, o qual se baseia no uso de psicoterápicos.

Distúrbio obsessivo compulsivo

A pessoa com distúrbio obsessivo – compulsivo é tiranizada por pensamentos recorrentes, não desejados (obsessões) e/ou por ações (compulsões). As obsessões e compulsões não servem a propósito construtivo algum, são altamente angustiantes e afetam a vida.

Indivíduos portadores de distúrbios obsessivos compulsivos freqüentemente exibem sinais de depressão. Na maioria das vezes os sintomas surgem durante pré – adolescência.

Ainda de acordo com L. Davidoff (1983) obsessões e compulsões variam amplamente, mas em geral enquadram-se em uma das sete categorias a seguir: dúvidas obsessivas, pensamento obsessivo, impulsos obsessivos, medos obsessivos, imagens obsessivas, cessão a compulsões e controle de compulsões.

Talvez propriedades específicas do sistema nervoso aumentem a probabilidade de pensamento persistente e comportamento repetitivo

Transtorno da ansiedade generalizada (TAG)

Basicamente é uma preocupação ou ansiedade excessiva, com motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observada.

Para que se faça um diagnóstico da ansiedade generalizada é preciso que outros transtornos como o pânico e a fobia social, por exemplo, tenham sido descartados. É preciso que essa ansiedade excessiva dure por mais de seis meses continuamente em precisa ser diferenciada da ansiedade normal.

Os sintomas mais comuns são: boca seca, mãos e pés úmidos, enjôo ou diarréia, aumento da freqüência urinária, sudorese excessiva, dificuldade de engolir ou sensação de um nó na garganta, assustar-se com facilidade e de forma mais intensa, sintomas depressivos são comuns desde que não sejam mais exuberantes do que os de ansiedade, pois isso mudará o diagnóstico. O fato desses sintomas citados se parecerem com os sintomas do transtorno de pânico exigem um procedimento para distinção deste porque no pânico, o surgimento da agorafobia é mais comum e requer a indicação de terapia cognitiva. Na ansiedade generalizada não há crises, mas estados permanentes e prolongados de desconforto ansioso. Os pacientes com pânico podem experimentar estados de ansiedade prolongada entre uma crise e outra, mas as crises de pânico diferenciam um transtorno do outro.


Transtorno do pânico

O transtorno do pânico é definido como crises recorrentes de forte ansiedade ou medo. As crises de pânico são entendidas como intensas repentinas e inesperadas que provocam nas pessoas, sensação de mal estar físico e mental juntamente a um comportamento de fuga do local onde se encontra, seja indo para um pronto socorro, seja buscando ajuda de quem está próximo.
A reação de pânico é uma reação normal quando existe uma situação que favoreça seu surgimento. Estar num local fechado onde começa um incêndio, estar afogando-se ou em qualquer situação com eminente perigo de morte, a sensação de pânico é normal. O pânico passa a ser identificado como patológico e por isso ganha o título de transtorno do pânico quando essa mesma reação acontece sem motivo, espontaneamente. Nas situações em que a própria vida está ameaçada o organismo toma medidas que normalmente não tomaria, perdendo o medo de pequenos perigos para livrar-se de um perigo maior. O estado de pânico é, portanto uma reação normal e vantajosa para a auto-preservação. Aqueles que fogem mais rapidamente do perigo de morte têm mais chances de sobreviver. O diagnóstico do transtorno do pânico possui critérios bem definidos, não se classifica como transtorno do pânico qualquer reação intensa de medo. Assim sendo serão apresentados alguns critérios usados para fazer este diagnóstico: Existência de vários ataques no período de semanas ou meses. Quando houver apenas um ataque é necessária à presença de significativa preocupação com a possibilidade de sofrer novos ataques ou com as conseqüências do primeiro ataque. Isto é demonstrado pela preocupação com doenças, intenção de ir ao médico e fazer exames, vontade de informar-se a respeito de manifestações de doenças; Há substâncias que podem geral reações de pânico como os estimulantes. Quando o pânico ocorre sob esse efeito não se pode dar este diagnóstico assim como também não pode ser dado em decorrência de outros estados ansiosos anteriores como um ataque de pânico secundário a uma exposição forçada de um fóbico social, por exemplo.

As causas dos ataques de pânico são desconhecidas. Contudo cada um dos pensamentos teóricos vigentes possui suas próprias teorias. São encontradas entre os pacientes com pânico certas reações distintas do próprio pânico, mas oriundas dele. A mais comum é a agorafobia que possui uma seção especial a ela dedicada. A ansiedade antecipatória é uma ocorrência comum em outros transtornos de ansiedade, trata-se simplesmente da preocupação excessiva que antecede os eventos às vezes por alguns dias. Como o paciente com pânico nunca sabe quando sofrerá nova crise está sempre apreensivo, quando relaciona a crise o determinado local ou situação passa a ter ansiedade referente a eles. A evitação é o comportamento decorrente da atribuição do local a sua crise, quem tem medo de ter crises em túneis, por exemplo, dá voltas maiores para evitá-lo. Como as crises são fortes e muitas vezes associadas a mal estar cardíaco, os pacientes acreditam que sofre algum mal cardiológico e por isso são encontrados nos consultório e laboratórios de exames cardíacos, além das emergências gerais quando julgam estarem tendo um ataque cardíaco.

Úlceras pépticas

O aumento do estresse gerado pela ansiedade conseqüentemente aumenta fisiologicamente o pepsinogênio que é em seguida convertido em pepsina que é uma dos componentes do suco gástrico. É dito também que a sua quantidade são diretamente proporcionais à atividade gástrica, sendo também analisados os fatores hereditários. Foram realizados testes descritos no livro de L. DAVIDOFF, Introdução à Psicologia, cujos sujeitos analisados passariam por uma mudança no seu ritmo de vida. Foram separados em dois grupos de pessoas com alto nível de pepsinogênio e pessoas com baixo nível, depois de um tempo determinado, cujas situações passadas levavam a certo nível de estresse e ansiedade foi diagnosticada, com úlceras pépticas, pessoas com alto nível de pepsinogênio. As úlceras pépticas são feridas na parede do estômago ou na primeira secção do intestino delgado, o duodeno.

Transtorno de estresse pós-traumático

A abordagem do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) tem aspectos diferentes da maioria dos outros transtornos psiquiátricos. O TEPT ocorre sempre após um evento traumático importante, um trauma psicológico, logo existe a possibilidade de prevenção do desenvolvimento do transtorno.

Na abordagem do TEPT, as intervenções psicoterapias e psicossociais, indicadas tanto para prevenção como tratamento do transtorno, tem tido enfoque especial. A atenção voltada às abordagens em questão baseia-se no fato de que nem todos os indivíduos submetidos a traumas importantes desenvolvem o transtorno, o que pode estar relacionado a uma resposta individual ao estressor ou a uma predisposição única daquele indivíduo.

Na prevenção do TEPT, as intervenções mais utilizadas incluem: intervenção breve que consiste de discussões sobre o evento estressor e “normalização” das reações psicológicas associadas, realizada, geralmente em uma única sessão; Aconselhamento com enfoque em medidas adaptativas e não no trauma propriamente dito; Terapia Cognitiva comportamental (TCC) que inclui uma série de técnicas: exposição imaginária, em que o indivíduo conta ou imagina detalhadamente o evento estressor; exposição real, que envolve confronto com situações reais que ficaram associadas ao trauma e causam medo e tensão; terapia cognitiva lidando com pensamentos distorcidos sobre o evento e as capacidades do paciente; exposição prolongada em que há exposição repetida às recordações sobre o trauma e situações vem sendo evitada; terapia de imagens em que os indivíduos fazem exercícios com imagens agradáveis e utilizam aspectos cognitivo-comportamentais para lidar com imagens desagradáveis.

No tratamento do TEPT temos: Terapia cognitiva comportamental, com técnicas semelhantes às descritas anteriormente; Eye movement desesnsitisation and reprocessing, na qual o paciente deve pensar no evento traumático e nos pensamentos negativos e emoções associados, realizando, posteriormente, movimentos seguindo demonstração do terapeuta; Manejo afetivo, que consiste de uma forma de tratamento em grupo, focalizando a regulação do humor; psicoterapia psicodinâmica, com enfoque nos mecanismos de defesa utilizados, interpretações e experiências anteriores a do paciente; Hipnoterapia; Relaxamento.

Dentre as intervenções farmacológicas, as drogas mais utilizadas são os antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, como sertralina e paroxetina, e os antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina e imipramina. Drogas sedativas, como benzodiazepínicos e mesmo o antipsicóticos em baixa dosagem também são utilizados em alguns esquemas terapêuticos.

Na prevenção da TEPT, quando não há outro quadro associado, como depressão ou outro transtorno de ansiedade, são indicadas exclusivamente, intervenções não farmacológicas. Essas intervenções podem ser indicadas imediatamente após o evento ou dentro de curto intervalo de tempo e podem ser desde procedimentos mais simples, como uma única entrevistas, até intervenções psicoterapias mais complexas.

ASPECTOS FISIOLÓGICOS

Serotonina e Noradrenalinas

Os principais neurotransmissores envolvidos na ansiedade são: noradrenalina, ácido amino-butírico (GABA) e a serotonina.

Os neurotransmissores, noradrenalina e serotonina, exercem múltiplas funções em nosso organismo. A serotonina é uma substância importantíssima no estudo da ansiedade, tanto o bloqueio de seus receptores quanto o bloqueio da sua síntese produzem efeitos ansiolíticos. Ela desempenha funções como a regulação do humor e ansiedade,isso porque ocorre uma alteração dessa substância episódica em alguns centros cerebrais que podem deflagrar uma crise.

O cérebro nunca para de produzir neurotransmissores por isso é incorreto dizer que alguém tem serotonina muita ou pouca serotonina no cérebro, essa afirmação é uma afirmação que não pode ser constatada por ninguém.

Para aumentar a serotonina são usados antidepressivos, psicoterápicos, fototerapia e é recomendado também praticar esportes, comer chocolate e etc. É importante frisar que os antidepressivos não repõem nada no cérebro e sobre o chocolate é importante ressaltar que apesar de ser um alimento, os alimentos não são fontes de serotonina, mas provavelmente o chocolate ajude no aumento da produção desse neurotransmissor.

A depressão, síndrome do pânico e o estresse são ligados a distúrbios de metabolismo de serotonina, por isso que a depressão aparece, por causa da correlação que existe entre ela e os neurotransmissores, pois o estado depressivo reflete no metabolismo conseguindo atingir os neurotransmissores, conseqüentemente a serotonina.

Hoje já se sabe que acontecimentos de carga negativa podem causar depressões graves, principalmente se a pessoa tem uma predisposição bioquímica e psicológica.

E a noradrenalina é um neurotransmissor de nosso cérebro que conduzem o impulso nervoso entre um neurônio e outro, onde os seus distúrbios produzem sintomas de acordo com o mecanismo.

ANSIEDADE E ENFERMAGEM

Vários estudos demonstram que trabalhos que trabalhadores da área de saúde tendem a apresentar níveis altos de ansiedade,seja pelo contato com o sofrimento humano, com o processo da morte do paciente,sejam pela divisão técnica ou social do trabalho, como nas relações hierarquizadas, pelas grandes jornadas e por ser, no caso da enfermagem, trabalho predominantemente feminino, considerando-se o trabalho relacionado ao gênero, o que determina uma sobrecarga por ser a mulher ainda responsável pelas tarefas domesticas.

Dessa forma é provável e normal que qualquer profissional de saúde destacando-se os enfermeiros vivencie no seu dia de trabalho situações ansiogênicas que devem ser superadas. Os profissionais de saúde lidam com seres humanos e com o sofrimento dos mesmos, a morte talvez seja a situação mais ansiogenica que um enfermeiro tenha que passar.

Outros fatores também podem ser desencadeados como situações ansiogenicas podendo citar a falta de material em hospitais, o primeiro contato enfermeiro-paciente, a sobrecarga de trabalho, o sofrimento humano, situações imprevitas, o relacionamento interpessoal e etc.

O enfermeiro tem que tentar ultrapassar os obstáculos relacionados com a ansiedade apresentados diariamente em seu trabalho para melhorar seu rendimento e claro tentar ajudar e amenizar a ansiedade que um paciente pode chegar a ter, ou seja, é preciso aprender a se controlar psicologicamente para ajudar a quem esta numa situação que precise mais de você e do seu trabalho.

A enfermagem deve ser treinada a cuidar de paciente com ansiedade e deve ajudar a responder às suas perguntas e certifica-se de que sejam marcadas consultas de retorno e que os pacientes recebam acompanhamento. Os pacientes devem também receber folhetos e outras fontes de informação, descrevendo as características típicas do TAG, as opções de tratamento e os casos típicos. Outra estratégia importante poderia ser a de grupos de pacientes com sessões sensoriais nas quais possam compartilhar suas experiências.

O diálogo talvez seja a palavra chave para se tentar controlar a ansiedade tanto dos pacientes quanto dos familiares, é de extrema importância conversar com o paciente e explicar tudo que irá ser realizado com ele, transferindo toda sua confiança e calma, os estudos demonstram que esse tipo de atenção médica global aumenta as chances de melhora.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a elaboração de um roteiro estruturado sem possibilidades de alterações pelos entrevistados, foram realizadas entrevistas por cada integrante do grupo, o enfermeiro e o formando de enfermagem; foi constatado que 100% dos entrevistados declaram sentirem-se ansiosos em ambiente de trabalho, alegando as seguintes situações: contato com o paciente, evolução do caso, falta de recursos, falta de colaboração dos profissionais, alguns procedimentos, atenderem às crianças em estado muito grave e responder suas perguntas, questionamento dos familiares e questões burocráticas.

De acordo com os relatos, os picos de ansiedade dos pacientes variavam desde: realização de um novo procedimento ou o uso de um novo medicamento, momento de diagnóstico, exames invasivos, pré-operatório, transferências, verificação de sinais vitais, adaptação do paciente ao ambiente hospitalar, dores e em último quando estão na UTI e permanecem lúcidos.

Enquanto a família foi pronunciada pelos entrevistados que os momentos, que os familiares ficavam mais ansiosos eram: procedimentos invasivos, manobras de reanimação, incerteza do diagnóstico, mudança na terapêutica, transferências de ambiente, evolução do diagnóstico. E em conseqüência destes anseios familiares os enfermeiros reagem: dialogando com a família, orientando da melhor forma possível, tranqüilizando os familiares e retirando os familiares do ambiente em casos de reanimação. Os casos mais freqüentes que deixam à equipe multidisciplinar do hospital mais ansiosa são: atendimentos emergenciais a pacientes graves e/ou pediátricos, falta de recursos e crianças deprimidas.

Os mais variados, são os sinais que os pacientes demonstram quando estão ansiosos: tremor de pernas, anorexia, não consegue dormir, agitação, insegurança, medo, chora a todo o momento, sudorese, taquicardia, ficam calados, náuseas, choro, quer mais atenção, enfim, tristeza.

A última pergunta realizada, sobre a possibilidade de a ansiedade do paciente atrapalhar o trabalho do entrevistado, foi respondida positivamente em aproximadamente 85,7% dos entrevistados, excetuando uma, 14,3%.

Dentre os positivos foi relatado, em termos que a ansiedade atrapalha os procedimentos realizados.